Fundamenta-se, sobretudo em uma teoria mentalista, não considerando o sujeito como uma tabula rasa.
O Gerativismo provoca, de fato, uma ruptura, trazendo uma nova maneira de pensar o estudo da linguagem.
Diferentemente do modelo behaviorista, que se embasava na concepção de que a linguagem “era um fenômeno externo ao indivíduo, um sistema de hábitos gerado como resposta a estímulos e fixado pela repetição" (KENEDY, 2008, p. 128), o Gerativismo faz críticas a visão condicionada da linguagem, e afirma que todo ser humano é criativo, tem a capacidade de construir frases/idéias novas, nunca antes proferidas.
Contrariando, assim, os pressupostos behavioristas, Chomsky defende a linguagem como um fenômeno interno do falante (uma capacidade genética)
Tal capacidade inata é conhecida como faculdade da linguagem. Segundo Kenedy, portanto, "o papel do gerativismo no seio da lingüística é constituir um modelo teórico capaz de descrever e explicar a natureza e o funcionamento dessa faculdade, o que significa procurar compreender um dos aspectos mais importantes da mente humana." (KENEDY, 2008, p. 129).
Verifica-se que é a partir do paradigma gerativista que as línguas passam a ser concebidas/interpretadas como sendo uma faculdade mental natural, e não mais como resultantes de um comportamento social.
Exercícios propostos em aula:
1) O Gerativismo assume como um de seus pressupostos que a linguagem é uma capacidade inata ao ser humano, isto é, uma “propriedade” de nossa espécie. De acordo com alguns estudiosos, há três evidências que sustentam esse pressuposto. Quais são elas?
- Inatismo - Defende-se que a capacidade da linguagem é inata ao ser humano.
- Todos os grupos humanos falam uma língua natural.
- Todas as línguas tem o mesmo grau de complexidade.
- Outro argumento: Rapidez da aprendizagem de uma criança.
2) Qual a contribuição dos estudos da Afasia na formulação do postulado de que a linguagem tem realidade biológica?
A afasia é uma desorganização da linguagem, decorrente da lesão de alguma região cerebral especializada nas funções lingüísticas. Concluiu-se que a capacidade de linguagem fica em um local específico no cérebro, uma vez que há perda da capacidade de linguagem, quando determinadas áreas do cérebro sofrem danos.
No entanto, sabe-se hoje que não existe apenas um local responsável pela linguagem, visto que outras áreas podem ser desenvolvidas para tanto.
3) O neurocientista Eric Lenneberg apresenta quatro critérios para se distinguir o que é predisposição biológica do que é criação cultural e se vale de tais parâmetros para definir a natureza da capacidade lingüística (se é de ordem cultural ou biológica). Quais são esses critérios e, segundo eles, qual a natureza da capacidade lingüística?
Primeiro critério: Não há variação nas línguas, todas elas têm o mesmo grau de complexidade.
Segundo critério: A capacidade da linguagem é hereditária tanto quanto a capacidade de andar. Ambas se desenvolvem ao longo da existência.
Terceiro critério: Há uma predisposição hereditária.
Quarto critério: A presença de correlações orgânicas específicas (o processo de aquisição da linguagem é o mesmo / as etapas são as mesmas).
4) De acordo com Noam Chomsky, a linguagem humana baseia-se em uma propriedade elementar chamada propriedade da infinitude discreta. Explique o que vem a ser essa propriedade.
A partir de um número limitado de palavras, é possível produzir um número ilimitado de orações. Apenas o ser humano possui a capacidade de recursividade.
Outras considerações:
- Toda Língua tem um Sujeito e Predicado;
-Fenômeno da Recursividade (transformar sentenças simples em sentenças complexas);
-A linguagem para os seres humanos, segundo o gerativismo, é uma capacidade inata;
- Todas as línguas têm um sistema numérico;
-Todas as línguas têm uma capacidade de memória.
Fontes:
Minhas anotações em aula.
Vídeo: Fernanda Mussalim.
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